Na tarde de 22 de setembro de 2025, foi anunciado o falecimento de Dom Gilberto Pereira Lopes, aos 98 anos, em Campinas — um pastor, escritor, formador de almas e testemunha de fé para gerações.
Hoje, nesta homenagem, revisitamos sua trajetória de vida — suas lutas, conquistas, dores e luzes — para que permaneça viva em nossa memória e inspire novos caminhos.”
1. Origens e formação
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Gilberto Pereira Lopes nasceu em 14 de fevereiro de 1927, em Santaluz, Bahia.
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Ainda criança, sua família se mudou para Petrolina (PE), e ali ele iniciou seus estudos rumo à vocação sacerdotal.
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Fez seus estudos de Filosofia e Teologia em Olinda, sob a orientação de mestres que marcariam sua visão pastoral.
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Ordenado sacerdote em 4 de dezembro de 1949, na Catedral de Petrolina, por Dom Avelar Brandão Vilela.
2. Os primeiros passos no ministério
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Em 1955, atendendo a convite de seu antigo reitor, transferiu-se para Ribeirão Preto, onde foi vigário cooperador da Catedral, reitor do Seminário “Maria Imaculada” e cura da Catedral.
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Em 1958, foi “incardinado” formalmente na Arquidiocese de Ribeirão Preto, passando a integrar o cabido local como cônego teologal.
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Nos anos iniciais, cultivou também formação acadêmica complementar: entre 1961 e 1962, cursou Pedagogia no Instituto Católico de Paris.
3. Episcopado: Ipameri e Campinas
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Em 3 de novembro de 1966, foi nomeado Bispo de Ipameri, tendo recebido a ordenação episcopal em 18 de dezembro de 1966.
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Seu lema episcopal: “Mysterium Christi Praedicare” — anunciar o Mistério de Cristo — tornou-se norte de sua missão. Wikipédia+1
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Em fevereiro de 1967 tomou posse da Diocese de Ipameri.
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Em 24 de dezembro de 1975, foi nomeado Arcebispo Coadjutor de Campinas, com direito de sucessão ao então arcebispo Dom Antônio Maria Alves de Siqueira.
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Em março de 1976 tomou posse como coadjutor em Campinas.
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No dia 10 de fevereiro de 1982, assumiu oficialmente como Arcebispo Metropolitano de Campinas, sucedendo Dom Antônio.
4. Pastoreio, desafios e legado
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Durante seu episcopado, Dom Gilberto participou ativamente das estruturas eclesiais nacionais e latino-americanas, especialmente nas Comissões da CNBB e no CELAM.
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Na Arquidiocese de Campinas, empreendeu uma Revisão Ampla da ação pastoral, convocou participação comunitária, reorganizou os conselhos (pastoral, leigos, administração), priorizou a comunicação e o diálogo com as realidades sociais.
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Criou – ou apoiou fortemente – instituições sociais: a Casa de São Francisco, Casa de Santa Clara, e projetos de auxílio aos moradores de rua.
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Foi um intelectual e escritor sensível. Publicou obras como “Anunciando o Mistério de Cristo”, “O Evangelho no Rádio”, “Com Deus na História”, “Tudo é Graça – Sonetos”.
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Em Campinas, como Grão-Chanceler da PUC-Campinas (1980–2004), guiou a universidade com atenção ao equilíbrio entre identidade católica e excelência acadêmica.
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Promoveu a comunicação religiosa institucional, criando ou fortalecendo a assessoria de comunicação da Arquidiocese e o boletim “A Tribuna”.
5. A renúncia e os anos finais
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Ao completar 75 anos, em 2002, Dom Gilberto apresentou sua renúncia ao Papa João Paulo II.
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A renúncia foi aceita em 2 de junho de 2004, quando passou ao status de Arcebispo Emérito de Campinas. Portal PUC-Campinas
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Mesmo emérito, continuou presente, ativo na escrita, nas bençãos e no acompanhamento da vida da Igreja local. Portal PUC-Campinas+1
6. O anúncio da morte e reação